domingo, 22 de abril de 2007

Mecânico mundo

Mecânico mundo, onde os atos são frios,
sincronizados, indiferentes;
indiferença que empobrece, que escraviza.

Mecânico mundo, onde as janelas estão fechadas,
justamente nos mais belos dias de sol.

Onde não se vê um olhar de ternura,
uma mão estendida;
egoísmos que cristalizam as lágrimas, que secam.

Falta amor, falta olhar nos olhos,
olhar profundamente nos olhos, somente.

E sentir a expressão do olhar das pessoas,
deixando espalhar pelo corpo
a luz que brilha nos olhos do outro.

Dos homens com olhares aflitos, aguçados.
Da beleza dos olhares femininos, sutileza.
E do olhar de uma criança,
que invade profundo
sem pedir permissão.

Júlio César Meireles de Andrade