sexta-feira, 2 de março de 2007

Lugarzinho

Talvez, por ter nascido e crescido
naquele lugar,
meu coração seja assim...

Lugarzinho no canto do mundo,
que me ensinou o amor e, conseqüentemente,
revelou-me a saudade;

as lembranças, já amareladas,
guardadas no sótão da memória;
precioso tesouro...

duas crianças, de caras sujas,
no pátio empoeirado do Grupo Escolar,
dividindo um pão recheado
com deliciosa goiabada...

o futebol jogado em frente à Igreja
nas tardes quentes de verão,
com o suor deslizando nas
rubras faces infantis...

o vento nas árvores,
os fiéis a caminho da Igreja,
o som da Ave Maria reverberando
pelas ruas às dezoito horas em ponto...

Lugarzinho aquele que me ensinou o amor e,
conseqüentemente, revelou-me a saudade.

Já faz tanto tempo, muitos anos,
mas o cheiro daquelas ruas, daquele chão,
não abandona o meu olfato...

as casas, os muros, os quintais
são ainda nitidamente visíveis
no escuro dos meus olhos fechados...

as vozes, os sorrisos, os amigos,
enfim, tudo que um dia fez parte de mim
e que ainda permanece intocável...

Ah! Lugarzinho que me ensinou o amor,
como estará?

Amanhã é o dia do retorno
que mais parece uma
nova partida.

(Poema extraído do livro Ensinamentos de amor de Júlio César Meireles de Andrade)

2 comentários:

Anônimo disse...

Q linda!!!!!Me deu ate saudade de Andrelandia. Parabéns!!!!

Anônimo disse...

Fui eu q fiz o comentário acima. Bjinhos