terça-feira, 15 de setembro de 2009

Trindade

Outrora estive nas longínquas tendas.
Sultão... o meu serralho... as bailarinas...
A música das harpas, oferendas...
Alvos sorrisos, bocas coralinas.

Desci de manso, assim como nas lendas,
Do doce Nilo as águas sulfurinas.
No barco azul de vaporosas rendas,
O perfume enebriante das resinas.

Depois... fui me aportando de mansinho;
Desprendeu-se a âncora do barco... e fiz
O meu porto no mar de teu carinho.

Hoje, em meu quarto, tenho paraíso
Nesta trindade que me faz feliz:
A chuva, o meu cachimbo e o teu sorriso.

13 de junho de 1956

Poema do saudoso poeta andrelandense Dr. Pascoal Araújo

2 comentários:

Zelinha disse...

Eu quero um desse pra mim, tá?

Júlio César Meireles de Andrade disse...

Você merece muito mais, meu amor!